
A Prefeitura de Paço do
Lumiar, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, iniciou nesta
segunda-feira, 19, a campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência
contra as mulheres" no município. O lançamento ocorreu no Instituto de Ensino
Superior Franciscano (IESF), no Maiobão.
A abertura da campanha teve
a participação de diversas autoridades, entre elas a secretária de Estado da
Mulher, Terezinha Fernandes; da vice-prefeita de Paço, Maria Paula Azevedo; do
secretário municipal de Direitos Humanos, José Vale; da secretária de
Planejamento e Articulação Política e primeira-dama de Paço do Lumiar, Nubia
Feitosa Dutra, que realizou a palestra de abertura Violência contra a Mulher,
entre outras autoridades e convidados.
O objetivo da campanha é
chamar a atenção da sociedade para os fatores que tornaram comum a agressão às
mulheres, principalmente por companheiros, pais e parentes próximos. Também
objetiva mobilizar e conscientizar a população para que denuncie todos os tipos
de violência praticados contra meninas e mulheres no Brasil e no mundo. O
principal canal de denúncia é o Ligue 180.
Feminicídio
A delegada Viviane Azambuja,
coordenadora do Departamento de Feminicídio da Superintendência Estadual de
Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, que também participou do
evento, afirmou que enfrentar o feminicídio é o principal objetivo de campanhas
com esta dos 16 dias.
Ela explicou que Lei do
Feminicídio, que entrou em vigor em 2015, veio para ajudar no combate à
violência de gênero e está dando maior visibilidade às ações. Ela revelou que
mais de 90% dos casos referem-se à violência doméstica. “As mortes acontecem
por ciúmes, pela não aceitação do fim do relacionamento por parte do
companheiro, entre outros motivos”, exemplificou. Nas delegacias as principais
notificações de violência à mulher são: violência sexual, psicológica,
negligência e tortura.
A secretária de Planejamento
e Articulação Política de Paço do Lumiar, Nubia Feitosa, que é advogada e
psicóloga, em sua palestra sobre a "Violência contra a Mulher”, levou o
público a raciocinar a respeito do conhecimento integral como forma de
identificar os sinais de comportamento violento por parte dos companheiros.
Dando como exemplos um quadro de Van Gogh e a música de Chico Buarque,
"Cálice", a dra. Nubia demonstrou que aspectos que podem parecer
óbvios num primeiro momento, se observados sob outra visão, mostram muito mais
sobre as pessoas, crenças e costumes da sociedade. E esta abordagem pode ajudar
a uma convivência mais harmônica entre as pessoas, entre os casais.
“É preciso que campanhas
como esta dos 16 dias tenham efeito prático. É necessário que as mulheres
identifiquem os sinais de que seu companheiro pode ser seu algoz. Geralmente
começa com agressões verbais e atitudes violentas no dia-a-dia que caminham
para agressões físicas e tentativas de homicídio. A mulher tem como identificar
esses sinais e, o mais importante, evitar ser mais uma vítima de feminicídio”,
observou dra. Nubia Feitosa.
Ao final da solenidade, houve
o depoimento da radialista Adriana Santos, da Rádio Cultura de Paço do Lumiar,
que no início do mês foi vítima de agressão pelo seu ex-namorado Eduardo Cruz,
advogado, no escritório do seu agressor, no Maiobão. Adriana foi agredida pelo
advogado e duas funcionárias do escritório, conforme registrou em B.O. Ela está
com um braço imobilizado e demonstra estar ainda muito abalada com o ocorrido.
“Hoje eu me sinto insegura até ao levar meu filho na escola. E uma das coisas
que mais me doem, além das agressões que sofri, é ver mulheres defendendo o
agressor. Mesmo assim, é preciso romper a barreira do medo e denunciar”,
afirmou a radialista.
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