Os Ecopontos, equipamento da Prefeitura de São Luís
construído para receber materiais que não são recolhidos na coleta
convencional, diminuindo assim os pontos de descarte irregular, têm fomentado a
cadeia produtiva de resíduos e contribuído com a coleta seletiva na capital.
Por meio da parceria com a Prefeitura, cooperativas como a Reciclagem São Luís
(Coopresl) tem recebido um maior volume de material e com isso aumentado o
trabalho e a renda dos cooperados, que têm na atividade a principal fonte de
renda da família.
Todo o material reciclável coletado nos Ecopontos, que
hoje funcionam em cinco bairros da capital – Jardim América, Parque Amazonas,
Bequimão, Turu e Angelim – são encaminhados às cooperativas e associações que
fazem a seleção e a comercialização do material.
A presidente da Coopresl, primeira cooperativa de
reciclagem do Maranhão, Maria José Castro, conta que houve um aumento
significativo no volume de material recebido por eles a partir da criação dos
Ecopontos. "Atualmente trabalhamos com 15 cooperativados. Antes dos
Ecopontos a cooperativa trabalhava apenas com seis pessoas e nossa renda era
bem menor", disse Maria José. "Dependo do volume de material que
movimentamos no mês o valor pago a cada um dos cooperados pode chegar a mais de
um salário mínimo. Antes esse valor ficava em torno de R$ 70,00",
completou a presidente da cooperativa.
A presidente da Associação de Catadores de Material
Reciclável (Ascamar), Maria José Nascimento, também reconhece que os Ecopontos
são responsáveis por uma maior movimentação de material na associação.
"Recebemos o caminhão da Prefeitura com o material trazido dos Ecopontos
três vezes por semana. Isso tem sido muito positivo, aqui separamos tudo e
vendemos os que recebemos", disse.
Quem também está muito satisfeita com o aumento do volume
de material que chega à cooperativa é Lidiane Cruz Diniz, uma das 15 pessoas
que trabalha na cooperativa Coopresl. "Aqui, quanto mais material chega
mais a gente fica feliz, porque com mais trabalho vendemos mais e arrecadamos
mais", disse, entusiasmada. Ela contou que antes de fazer parte da
cooperativa estava sem trabalho e que a renda que recebe todo mês como
cooperada é muito importante para seu sustento. "É bom a gente chegar ao
fim do mês e ter nosso dinheiro e aqui é certo, não atrasa", contou.
Cada Ecoponto tem capacidade de armazenamento de 100
toneladas de resíduos por mês, podendo variar com a demanda. Atualmente os
cinco Ecopontos recebem, em média, 250 toneladas de resíduos por mês. A
estrutura é padrão e possui setor administrativo, instalações sanitárias,
estacionamento, áreas de recebimento e acondicionamento temporário dos
materiais, área de manobra de equipamentos e veículos.
CAPACITAÇÃO
O projeto de criação dos Ecopontos vai além do simples
local para o recebimento do material que não é recolhido pela coleta
domiciliar, mas tem também cunho educativo. Mês passado os funcionários que
atuam nos Ecopontos passaram por capacitação promovida pela Prefeitura de São
Luís. O objetivo foi orientá-los no correto tratamento dos resíduos descartados
nestes espaços, além de informar os servidores sobre a legislação referente.
A capacitação, realizada pelo Comitê de Limpeza Urbana de
São Luís, que é vinculada à Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp), é
a primeira voltada a este segmento. Durante o curso, foram repassadas
orientações sobre maneira correta de recebimento dos resíduos; meios para a
separação ambientalmente adequada dos itens; tipos de materiais recebidos; e
promoção do descarte regular – do recebimento, seleção, separação e
armazenamento dos itens. Os colaboradores aprendem ainda noções de educação
ambiental, prevenção de acidentes e preservação do meio ambiente.
O projeto de implantação dos Ecopontos, segundo destacou
a coordenadora do comitê, Carolina Estrela, envolve diretamente a comunidade, a
partir do momento que conscientiza sobre o descarte irregular e suas
consequências, além de estimular a entrega voluntária dos materiais. "O
tratamento de resíduos e sua destinação final apropriada são essenciais à
preservação do meio ambiente", enfatizou Carolina Estrela.
"Consideramos de grande importância este
aprendizado, repassar estas noções aos colaboradores, para que possam
desenvolver cada vez melhor seu trabalho e ter o conhecimento do material com o
qual estão lidando para tratá-lo adequadamente e sem riscos à sua saúde e
integridade física", enfatiza a coordenadora do Comitê.
Os Ecopontos funcionam da seguinte forma: a população
leva o resíduo que não é recolhido pela coleta regular para o local, sendo o
mesmo recebido por agentes de limpeza da Prefeitura. O material reciclável e
eletrônicos recolhidos no local vão para as entidades de catadores. Nas
cooperativas e associações, o material é separado e embalado para ser
encaminhado às empresas compradoras que enviam todo material para fora do
Estado, a maioria vai para o Sul do país.
Os resíduos de construção civil, vão para o aterro de
inertes na área da Unidade de Beneficiamento da Ribeira; os resíduos volumosos
para o pátio de compostagem; a madeira para a Vila de Moradores Cinturão Verde
e os pneus são recolhidos pela Reciclanip, que tem sede em São Paulo e é
considerada uma das maiores iniciativas da indústria brasileira na área de
responsabilidade pós-consumo.
GERENCIAMENTO
A Prefeitura de São Luís tem se destacado pela gestão
pioneira na implantação das metas estabelecidas pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS). O maior exemplo voltado para essa ação é o novo Aterro
da Ribeira, localizado no Distrito Industrial. Antes cenário de degradação
humana e ambiental, o local hoje se destaca no gerenciamento de resíduos
sólidos e orgânicos.
A Prefeitura de São Luís também foi a primeira das
regiões Norte e Nordeste do país a criar um espaço exclusivo para receber pneus
de descarte. O recolhimento é feito em ruas, córregos e borracharias da
capital. O trabalho contribui de forma efetiva para a preservação do meio
ambiente e para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças
como dengue, chikungunya e zica.
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