O juiz federal Sérgio Moro recebeu hoje (9) a denúncia
oferecida pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato contra
Cláudia Cordeiro Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB).
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a denúncia
foi oferecida face aos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas
“envolvendo valores provenientes do esquema criminoso instalado na Diretoria
Internacional da Petrobras”, diz a nota do MPF. Com o recebimento da denúncia,
Cláudia Cruz passa à condição de ré.
Segundo o MPF, as investigações apontam que a mulher de
Cunha tinha consciência dos crimes que praticava e que ela é a única
controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça. A
conta foi usada para pagar despesas feitas com cartão de crédito no exterior.
Argumentação
“Como já salientado, as provas da investigação indicam
que Claudia Cordeiro Cruz tinha consciência dos crimes que praticava. De
início, esses gastos exorbitantes evidentemente desbordam, no plano do senso
comum, do padrão de qualquer funcionário público, por mais que seja um deputado
federal. Nessa linha, as despesas de cartão de crédito no exterior no montante
superior a US$ 1 milhão no prazo de sete anos pagas por Claudia Cruz foram
totalmente incompatíveis com a renda e o patrimônio declarado de Eduardo
Cunha”, diz o MPF na denúncia.
Além de Cláudia Cruz, outras três pessoas foram acusadas.
O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, foi
denunciado por corrupção passiva e o ex-empregado da Petrobras, João Augusto
Rezende Henriques, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas. Já o empresário português Idalecio Oliveira acabou denunciado
por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Versão de Cunha
Em nota na qual menciona a situação de sua mulher,
Cláudia Cordeiro Cruz, agora ré, o presidente afastado da Câmara, deputado
Eduardo Cunha, disse que se “trata de procedimento desmembrado” de um inquérito
contra ele que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) no qual o
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia que ainda não
foi julgada pelo STF.
“O desmembramento da denúncia foi alvo de recursos e
reclamação ainda não julgados pelo STF que, se providos, farão retornar este
processo ao STF. Independentemente do aguardo do julgamento do STF, será
oferecida a defesa após a notificação, com a certeza de que os argumentos da
defesa serão acolhidos”, diz a nota de Eduardo Cunha.
Afirma, ainda, que sua mulher possuía contas no exterior
“dentro das normas da legislação brasileira, declaradas às autoridades
competentes no momento obrigatório, e a origem dos recursos nelas depositados
em nada tem a ver com quaisquer recursos ilícitos ou recebimento de vantagem
indevida”.
Fonte: Agência Brasil
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