O promotor de justiça Gilberto Câmara França Júnior,
atuando na 28ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, denunciou, no dia 13
de outubro, quatro integrantes da facção criminosa Anjos da Morte pelo
homicídio de Edson Carlos Mesquita da Silva, ocorrido em dezembro de 2013, no
Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Foram denunciados por homicídio triplamente qualificado
Rones Lopes da Silva, o Rony Boy; Geovane Sousa Palhano, o Bacabal; Enilson
Vando Matos Pereira, o Sapato; e Samyro Rocha de Souza, o Satanás.
Segundo o Ministério Público, no dia 23 de dezembro de
2013, a vítima teria se desentendido com um preso não identificado no inquérito
policial, chamado de Indivíduo X, além de ofender Rony Boy, chefe da facção
criminosa preso no Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Em seguida, Indivíduo X, com o auxílio de Joelson da
Silva Moreira, o Índio, atualmente falecido, e Geovane Palhano, o Bacabal,
amarraram e torturaram a vítima por várias horas dentro de uma cela no Presídio
São Luís II, uma das oito unidades que compõem o Complexo Penitenciário de
Pedrinhas.
Durante a sessão de tortura, Enilson Pereira, o Sapato,
facultou duas alternativas para encerrar o sofrimento da vítima: soltá-la ou
matá-la. Diante do impasse, Bacabal resolveu ligar para Rony Boy e e Bruno
(ainda não identificado pelo Ministério Público) que estavam no estabelecimento
prisional federal. A ordem foi matar a vítima e entregar o corpo ao diretor do
presídio.
Edson foi morto com várias facadas por Indivíduo X, Bacabal,
Sapato e Satanás. No dia seguinte, o corpo foi esquartejado e salgado com a
intenção de ocultar o odor e espalhar os pedaços sem levantar suspeita,
ocultando o crime.
CANIBALISMO
Após o esquartejamento, Bacabal, Satanás e Índio assaram
o fígado de Edson da Silva e o comeram, dividindo o órgão com outros detentos.
O corpo foi dividido em 59 partes e os restos mortais espalhados em sacos
plásticos e jogados em lixeiras.
Um funcionário da limpeza encontrou partes do corpo nas
lixeiras e comunicou ao chefe de segurança do presídio, Valfredo Rocha Filho.
Com o auxílio do Grupo Especial de Operações Prisionais (GEOP), foi
identificada a falta da vítima, que havia sido registrada com um nome falso,
Antônio Filho Rodrigues de Lima. "Esse registro de entrada com o nome
falso atrasou a identificação", explica o promotor de justiça.
A identificação dos restos mortais foi feita pelo cunhado
de Edson da Silva, por meio de uma tatuagem. O caso só foi descoberto porque
uma testemunha secreta denunciou o fato à autoridade policial.
"Todas as informações prestadas por essa
testemunha-chave, que tem a identidade preservada, foram confirmadas pelos
laudos técnicos", esclarece Gilberto Câmara Júnior.
Caso a denúncia seja aceita pelo Poder Judiciário e os
acusados sejam condenados, eles podem obter pena de até 40 anos pelo crime de
homicídio triplamente qualificado. As três qualificações são: motivo torpe,
meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
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