
Segundo o promotor de Justiça de Castelo do Piauí,
Cesário Cavalcante, os menores respondem pelos atos infracionais análogos aos
crimes de homicídio, três tentativas de homicidios - todos com agravante de
feminicídio e tentativa de feminicídio -, associação criminosa e estupro. Os
menores foram apreendidos em flagrante e estão internados em Teresina.
“Eu não tenho dúvida de que eles continuarão internados.
Devem permanecer pelo prazo máximo de três anos. Todo o estado do Piauí está
indignado, porque foi uma selvageria”, disse o promotor. Participarão da
audiência, além dos menores e da Promotoria, os pais deles e os defensores
públicos. As vítimas e testemunhas devem ser ouvidas em outra data, segundo
Cavalcante.
Apesar de o caso tramitar na comarca de Castelo do Piauí,
a audiência ocorre em Teresina porque a polícia não garantiu a segurança no
prédio da Justiça no interior. “A população ainda está muito chocada, revoltada
com tudo. Na época, a delegacia quase foi invadida, populares atearam fogo a
pneus. Temíamos que o Fórum fosse invadido”, disse o gerente do Interior da
Polícia Civil do Piauí, Williame Moraes.
Além dos menores, um adulto é suspeito de participar do
estupro. Ele está preso e a data do julgamento ainda não foi marcada. Para o
delegado responsável pelo caso, Laércio Evangelista, não resta dúvida de que os
cinco participaram do estupro e das agressões. “Ficou provada a participação de
todos por meio de depoimentos - como confissão dos menores e de testemunhas - e
exames periciais”, disse.
No inquérito, conduzido pelo delegado, foram ouvidas duas
vítimas e pessoas que ajudaram a socorrer as adolescentes. O laudo de local do
crime foi entregue à polícia, faltando ser concluído o exame de DNA, que fará a
comparação do material genético colhido dos suspeitos e das meninas logo após o
crime.
As investigações mostraram que as quatro jovens foram
estupradas, agredidas e arremessadas do alto de um penhasco, no último dia 27
de maio. As meninas haviam ido a um ponto turístico de Castelo do Piauí, cidade
com cerca de 18 mil habitantes,
A Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres no Brasil
e a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM)
lamentaram o episódio.
Para a ONU Mulheres, o caso chocou todo o Brasil e a
América Latina pela crueldade com que as adolescentes “foram alvo da violência
sexista, tendo seus corpos violados, torturados e mutilados”. A SPM expressou
“todo apoio e solidariedade às vítimas, aos parentes e à população piauiense”.
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